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segunda-feira, 11 de junho de 2012

MICROSHOPPING

Há uns 20 anos comentava-se muito sobre os hotéis cápsulas do JAPÃO. Espaços mínimos onde as pessoas se inseriam para dormir, em edificações que mais lembravam colmeias verticais. De verdade, a estranha manifestação sinalizava que o download e a miniaturização que atingira empresas, produtos, componentes, rapidamente se estenderia por outras manifestações empresariais. Uma espécie de síndrome de microchip.
Na época, o código de referência, o cântico, era SMALL IS BEAUTIFUL. Para muitos, BEAUTIFUL & BETTER. De lá para cá essa tendência só se acentuou. Muitas grandes corporações de hoje, apoiando-se na terceirização, são mínimas, internamente, ainda que gigantescas e complexas, pela adesão de uma infinidade de parceiros e fornecedores. Aprenderam a ciência e a arte do tesseract, proclamada por MADELEINE L´ENGLE em seu Best Seller A WRINKLE IN TIME – Uma Dobra no Tempo.
Com as redes sociais, com o MUNDO PLANO, outro movimento importante foi ganhando corpo – o da colaboração, compartilhamento -, e agora os dois se somam e se traduzem em relevante inovação: os MICROSHOPPINGS, ou, as LOJAS COLABORATIVAS.
Em espaços onde no passado mal se ajeitava uma única loja, alguma coisa como 10 metros de frente por 20 de comprimento, agora convivem e compartilham o espaço mais de uma centena de lojistas. Em pequenos boxes de 1 metro cúbico diferentes players expõem seus produtos, e em regime de revezamento ou com a contratação de atendentes, recebem prospects e clientes. Cada um dos expositores ou microlojista aciona seu networking entre 50 a 200 amigos, conhecidos, clientes convidando para conhecer o espaço. Conhecem a microloja e todos os demais players do espaço, ou seja, o código de sucesso dos MICROSHOPPINGS é cada um ocupa um espaço mínimo, mas agrega todo o seu capital de networking.
Nos espaços, convencionais, ocupados por uma única loja, tudo o que o lojista consegue é chamar seus 300, 400 clientes mais alguns amigos e conhecidos. Nos MICROSHOPPINGS, e no mesmo espaço, os 100 ou mais microlojistas conseguem, pela soma, atrair 10 mil ou mais amigos e conhecidos. Por sua vez, quase todos os microlojistas possuem sites e embriões de comércio eletrônico, onde acabam expondo e vendendo a totalidade de sua produção, impossível de ser exposta nos espaços mínimos dos MICROSHOPPINGS.
Assim, mais que pontos de venda, os microshoppings significam ocupar um lugar nas trincheiras. Dar a cara, se fazer presente, com uma competente estrutura de comércio eletrônico por trás e realizando a multiplicação. Dia após dia cresce o número dessa insuspeitada manifestação empresarial nas metrópoles brasileiras.
Dependendo do local da cidade, um Box básico num MICROSHOPING custa entre aluguel e rateio de despesas, um valor entre R$ 180 a R$ 980 por mês.
Para quem pretende se aventurar no comércio, não tem muito capital, e pretende testar seu conceito e aptidões antes de mergulhar de cabeça, os microshoppings constituem-se em ótima alternativa.

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By Francisco Alberto Madia de Souza para o Portal Inteligemcia.